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Uma boa nova para os gordinhos

"Idosos gordinhos vivem mais e melhor"
JULLIANE SILVEIRA
DE SÃO PAULO
 
Idosos levemente acima do peso se recuperam melhor de cirurgias, infecções e problemas pulmonares. A reserva de energia em forma de gordura ajuda o organismo a enfrentar esses problemas.
 
Pesquisas recentes apontam menor mortalidade entre idosos que têm IMC (índice de massa corporal) entre 22 e 28. Especialistas que trabalham com idosos defendem uma readequação da classificação de peso normal para a terceira idade.
 
Para os padrões da Organização Mundial da Saúde, índices entre 25 e 30 indicam sobrepeso; pessoas consideradas com peso normal têm IMC entre 18,5 e 24,9.
 
Esse valor é calculado pelo peso (em kg) dividido pela altura (em metro) ao quadrado.
 
"O idoso mais magro preocupa mais do que o que tende a ser mais redondinho", diz o geriatra Fernando Bignard, coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento da Unifesp.
 
Alguns fatores relacionados ao envelhecimento favorecem um quadro de subnutrição entre idosos. Por isso, o fato de estar magro pode sinalizar que estão mais vulneráveis a problemas.
 
Com a idade, ocorre a diminuição de toda a massa corporal, que inclui a massa magra (músculos e ossos) e a massa gordurosa.
 
A perda dos dentes leva à modificação da alimentação: as refeições são frequentemente substituídas por lanches pouco nutritivos, com café, leite, pão e bolachas.
 
Para um trabalho divulgado neste ano na revista da Sociedade Americana de Geriatria, pesquisadores acompanharam por dez anos cerca de 10 mil velhos entre 70 e 75 anos. Constataram que mortalidade foi menor no grupo com sobrepeso leve.
 
Outro estudo, publicado em 2007 no "Archives of Internal Medicine", avaliou 12.700 pessoas com mais de 65 anos durante sete anos. Quem tinha IMC entre 25 e 30 apresentou maior expectativa de vida com qualidade.
 
"Utilizo e oriento meus alunos a usar os valores de IMC entre 23 e 28 como índices de peso saudável para essa faixa etária", diz a nutricionista Maria de Fátima Marucci, coordenadora do Genuti (Grupo de Estudos de Nutrição para Idosos).
 
Também é preciso uma avaliação da distribuição da gordura no corpo. Se há excesso no abdômen, o idoso apresenta chances maiores de desenvolver problemas cardiovasculares.
 
"O médico avalia ainda a condição de saúde do paciente, a expectativa de vida. Essas informações ajudam a responder se o peso oferece algum risco", diz a geriatra Nídia Horie, do Hospital das Clínicas de SP.
 
Fonte: Folha.com, 16 de julho de 2020 -